Life Style/Estilo de Vida

200 Rosas Ou 200 Dólares? / 200 Red Roses Or 200 Dollars?

por/by: Lucas Oliveira

Estava eu sentada no sofá de casa. Num dia cinzento, mas não tão frio comparado com as temperaturas regulares de outono. Tomo meu café – preto e sem açúcar – e ouço do meu quarto um tilintar eletrônico.

Vinha do meu celular o barulhinho quase que irritante. De um aplicativo de encontros. Aquele de logo preto e amarelo. É, pela enésima vez, o boy da vizinhança que me atazana com mensagens longuíssimas de viés romântico e de uma cafonice tangível. “POR FAVOR!” Boy me azucrina há tempos e me desmotiva com sua atitude desesperada de Dom Juan que tenta demasiadamente galantear por aí. “Tá feio, bebê!” – penso eu com meu café em mãos.

Assertiva e delicada como sou, respondo às inúmeras mensagens com um simples: “Não estou interessada, merci.” Impressionante como machinhos não se contentam com uma réplica negativa. Temos todas que servi-los quando estes estão disponíveis. Temos que mover montanhas para que nossa agenda bata com a dos bonitos.

O macho beta ficou magoadinho. Pediu mil perdões pelo incômodo – “super condescendente” – e disse-me que não mais me importunaria. Respondo: “merci” sem ponto final e tudo minúsculo. Estafada até em formular uma frase descente.

Passa-se o dia e às 3h da manhã, um misto de ansiedade com tesão me acorda do meu sono leve. Primeiro reflexo, triste porém intuitivo, é de pegar o celular e acessar desesperadamente o bendito aplicativo. Mais mensagens do galã. Dizia agora que me ofereceria 200 rosas vermelhas por uma noite comigo.  

Sem paciência, pergunto se ele estava disponível naquele momento exato da madrugada, tendo em consideração que ele estava conectado. Disse também que pouco me importavam 200 flores mortas e sim que preferiria 200 dólares após nosso encontro. O boy aceita o contrato verbal. Me arrumo e saio. 

5 minutinhos de caminhada e estou à porta dele. Entro, cumprimento-o a la paulista e começo tirando o meu casaco. De cara, vejo 4 notas de 50$ sobre a mesa. As cédulas me sorriam. E eu lhes sorria de volta.

Maçante define bem o encontro com o eunuco. O boy vive num mundo fantasioso em que lábia chinfrim reina e prospera. Gozamos, visto-me uma outra vez, agarro ao dinheiro e o coloco no bolso esquerdo do casaco. Caminho de volta à casa satisfeita e com um sorriso que me atravessa a cara. Confesso que quero bis.

I am sitting on my couch. It is a gray day, not as dreary as the regular fall days whatsoever. I am having my coffee – black and no sugar – and I hear from my room this little electronic bell, almost like a ringtone.

That disgusting little noise was coming from my phone. More specifically from an app. You know, that encounter app with the black and yellow logo. It’s this guy who lives around my area who does not stop sending me super long and cheesy messages. “COME ON!” The guy has been trying so hard to get me to bed with his desperate Don Juan attitude. “So pathetic” – I think to myself while holding my coffee.

As the assertive and sweet gal I am I reply the endless messages with a simple: “Not interested merci”. It is beyond me how little machos cannot take a negative answer. We all have to serve them and be available when they are. We all have to change our schedules to adapt theirs.

The beta male got a little offended. He said he was so very sorry that he bothered me – “so condescending” – and told me he would no longer get in my way. I simply answer “merci” with no caps and no ponctuation. I am so tired even to write a more elaborate sentence.

Hours later, at 3am I wake up anxious and horny. First thing I do  – which was intuitive but also sad – I grab my phone and go on the blessed app. More messages from the mile end heartthrob. Now he was saying that he would offer me 200 red roses if I come see him and maybe spend a night.

I no longer have patience and ask him if he was free at that exact moment since he was online on the app. Ah, I also said I did not care for 200 dead roses, instead I would prefer 200 dollars. The dude takes the offer and it is a deal.

After 5 minutes of walking, there I was, in front of his place. I come in and greet him the way we do back home – one kiss on the cheek and half a hug. Right away, I see four 50$ dollar bills. This latina was so happy.

It was so boring with the guy. He lives in fantasy land where boys have to conquer their chosen ones with cheap, shallow and fake romantic gestures. Toxic masculinity teaches them that they have to possess those they want.We cum. I get dressed again. I grabbed those 4 bills like there was no tomorrow and put them in my pocket. As I am walking back home, I am literally giggling and I must say: “I want more!”

INSPO INSPO INSPO

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